Na sala de aula

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Palavra e silêncio

PALAVRA E SILÊNCIO

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PALAVRA E SILÊNCIO

E se a lua me pedir a mão
para ir ver as estrelas
no espelho do mar
e se os teus olhos me dizem que não
pede-me a chuva
para eu não chorar

e se a montanha fala o segredo
que os livros guardam
no pó das estantes
e se os teus lábios calam o teu medo
o sol escreve com flores
o poema dos amantes

e se o vento me pedir perdão
com todas as letras
nas minhas janelas
e se as nuvens deusas sem verão
ao meu ouvido
falam de coisas belas

e se o mar de longe me chama
queres vir comigo
ou buscas o deserto
e se a natureza traduz nossa alma
palavra e silêncio
e tudo dá certo.




     Palavra e silêncio é uma canção que nasceu para participar num concurso internacional, com vista a apurar uma canção vencedora, que se apresentaria na Conferência RIO+20, no Rio de Janeiro.
     Um certo dia, fui abordado na escola por uma colega, que se encontrava a dirigir o clube do ambiente, que me falou do projecto RIO+20 e do interesse da participação da escola nesta iniciativa. O concurso, com regras bem definidas e prazos legais, tinha como tema, a problemática do ambiente, das alterações climáticas e da poluição. Quando a colega me abordou, estava o prazo para o concurso a chegar ao fim, havia que ensaiar e gravar, havia que enviar um pequeno texto em inglês que apresentasse a canção, enfim, um conjunto de procedimentos protocolares que nos limitava ainda mais, ou, de outro modo, nos dava pressa e nos retirava a calma. Fui para casa e a canção surgiu lentamente, primeiro o texto, depois a melodia, que sempre componho à viola. O texto da canção tinha, de alguma maneira, que referir estas questões do ambiente. O meu texto saiu-me muito poético, quase uma fábula cósmica, mas talvez pouco prático, no entanto, não havia tempo para retroceder. As meninas que surgem no video, pelo seu lado, tinham-me abordado no sentido de estarem disponíveis para cantar, tendo mesmo muito desejo de o fazer a duo, pensando elas, naturalmente, numa qualquer festinha da escola. Quando lhes comuniquei que tinha surgido esta oportunidade, ficaram radiantes. Partimos para os ensaios, que não foram muitos, acertou-se o dia para o técnico do centro juvenil vir à escola fazer a captação do som e imagem, fez-se a gravação. Toda a papelada tinha sido entretanto preenchida e enviada, conforme as regras e assim nós estávamos em pleno concurso. As meninas felizes e orgulhosa do seu video na net, e eu, nem tanto, pois sabia das fracas hipóteses que teríamos de ir ao Brasil. Foi, pelo exposto, uma experiência magnífica, sobretudo para as meninas, mas também para mim, pois acima de tudo, o que conta é participar.



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